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Mostrando postagens de outubro, 2014

Descentralismo social

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Minha preocupação com o PT não tem nada a ver com "implantação do comunismo", "vai virar Cuba", e essas coisas ditas sem cabimento. O que me preocupa é a veia centralizadora e, por consequência, mais ou menos autoritária que sempre existiu no partido. Ao menos nas altas cúpulas (ou você acha que o vereador petista do seu bairro possui planos mirabolantes?). Nada muito diferente dos outros partidos de esquerda existentes hoje, de onde se originaram em alas dentro do próprio PT. Mas de todo modo a esquerda tradicional brasileira, fiel ao apego às políticas estati stas mesmo sendo partidária ou não, é de uma "esquerda jurássica", presa em pensamentos já desgastados e órfã de novas propostas. E isso se reflete nas eleições desse ano. Soma isso ao fato de que sua linha de atuação é incompatível com as principais mudanças de base que vem ocorrendo na transformação de sociedades como a economia compartilhada nos EUA e Europa; as redes de cooperativas so

Desmistificando a esquerda americana tradicional

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Entre grande parte dos brasileiros que costumam acompanhar as andanças políticas dos Estados Unidos, percebo que eles geralmente caem em erros conceituais de teoria política e do próprio cenário político americano. E isso independe do grupo em qual tal pessoa se identifica. Por isso resolvi elucidar alguns pontos importantes sobre o tema, mas sem aprofundar neles. Ser simples, porém objetivo. Dentro do cenário político americano os dois maiores grupos são dos conservatives e dos liberals . O Partido Republicano, de direita, defendendo os interesses dos conservatives e o Partido Democrata, de esquerda, defendendo os interesses dos liberals . Porém há subgrupos dentro dos próprios partidos que diferem dos grupos majoritários mencionados. Irei mencioná-los depois com foco na esquerda. Os liberals  não são e não devem ser confundidos com o que chamamos no Brasil de "liberal" (ou às vezes, liberal clássico), que são os defensores da livre concorrência e d e um estado m

Kevin Carson, mutualista ricardiano

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Dando uma olhada em um fórum anarquista , em uma das threads em que se discutia as teorias de Kevin Carson eu vi um comentário muito pertinente que me fez pensar bastante sobre. Um dos comentaristas afirmava que “ Carson está mais para um socialista ricardiano do que para um mutualista proudhoniano ”. Faz sentido! Embora não 100%  acurada , essa frase expressa boa parte das teorias econômicas e políticas carsonistas. Levando em consideração que Carson segue a tradição anarquista individualista americana, isto é, onde seus propagadores se apoiam em bases mutualistas (abolição da propriedade privada, sociedades horizontais, solidarismo, etc), porém almejando uma sociedade bem diferente das comunidades federalizadas e cooperativadas do mutualismo clássico de Pierre Proudhon, de certo modo soa estranho colocar os individualistas americanos e mutualistas clássicos como algo quase que único. Embora Proudhon fosse pró-mercado, ele nunca defendeu algo como "socialismo de l

As instituições nacionais

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A cada cavalete arrebentado, a cada iniciativa contra os "santinhos" (só na minha rua eu vi duas casas com um cesto de lixo no próprio portão pras papeladas eleitorais), a cada "Tiririca" sendo eleito, cada descontentamento gerado pelo voto obrigatório ou até mesmo a incrível marca de votos nulos/ brancos/ desistentes que houve, tudo isso demonstra um completo desprezo não só pela política atual, mas pelas instituições nacionais também. Mostra que o estado de direito, a democracia representativa e o Brasil enquanto estado-nação não tem o devido respeito que ele almeja. E esse desprezo pelas instituições nacionais, a negação de sua representatividade para com o povo é compartilhada por mim também. Ou se vota com os de cima, ou se luta com os de baixo.

Sobre a liberdade econômica

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O que eu entendo por liberdade econômica? Bem, pra mim liberdade econômica não é exatamente diminuição de impostos ou a flexibilização regulamentações, por exemplo. Claro, tudo isso faz parte da liberdade econômica, mas não é a principal questão. A ideia base da liberdade econômica é a ausência de privilégios, a quebra de monopólios. Uma nação não é mais livre economicamente que uma outra porque teve impostos reduzidos, por exemplo. Ela é mais livre quando se quebra (ou dimin ui) monopólios que privilegiam uma elite econômica. Por exemplo, a flexibilização (ou ausência) de leis de patentes e direitos autorais é uma quebra de privilégios onde uma elite costuma se apoiar. Do mesmo modo, um sistema econômico onde não existe a ideia de um banco que controle toda a saúde econômica da sociedade, por meio da monopolização do crédito e da moeda, é uma quebra de privilégios. A própria ideia de monopolização de um modelo específico de propriedade é um tipo de privilégio. Não exi

Liberais clássicos como libertários socialistas

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Por Rodrigo Viana Sabe por que a maioria dos teóricos do liberalismo clássico seria um libertário socialista hoje? Por causa de citações como estas: " Sempre que a legislatura tenta  regulamentar as diferenças entre os chefes e os seus trabalhadores, os advogados da legislatura serão sempre os chefes. Portanto, quando a regulamentação está à favor dos trabalhadores ela é sempre justa e equitativa. Mas às vezes é o contrário, quando está à favor dos chefes. " - Adam Smith " O que quer que não brote de uma livre escolha do homem, ou apenas sendo o resultado de instrução e orientação, não conta como de sua própria natureza. Ele não a realiza com energias verdadeiramente humanas, mas meramente com exatidão mecânica – por isso, quando o trabalhador realiza o seu trabalho sob controle externo, nós podemos admirar o que ele faz, mas desprezamos o que ele é. " - Willhelm von Humboldt " Considerado ser o problema social do futuro, como unir a