Entendendo a política Mais Médicos de Bolsonaro


A nova política Mais Médicos de Bolsonaro tem seus pontos fortes e fracos. A princípio, põe em xeque a suposta voluntariedade do contrato feito pelo governo cubano em relação a seus cidadãos.
Tal política dá dignidade às pessoas, reconhece seus direitos humanos em relação a não ter seus salários confiscados e famílias separadas como refém. A política bolsonarista é positiva neste aspecto.

No entanto há um entrave. Pra poder seguir com o trabalho prestado só mediante uma avaliação de conhecimentos provando a qualidade. Certificação de qualidade sempre é bem-vinda. Porém quando a certificação não é emitida por alguma instituição livre, mas por um órgão que atua sob monopólio há mais questões envolvidas.
Na prática a política bolsonarista significa dar apoio a uma reserva de mercado. Que no caso é proteger o setor médico de possíveis concorrentes. E esse é um ponto negativo.
Ora, Bolsonaro é um corporativista apoiador de privilégios, sempre foi e não dá para esperar o contrário.

Desde o início do programa as associações médicas foram contrárias às perdas dos privilégios. É verdade que houve diversos discursos xenófobos tanto de médicos que se sentiam injustiçados quanto de direitistas/ antipetistas que apenas vêem ódio em tudo. No entanto as queixas destes médicos não eram totalmente vazias: os rincões do Brasil não oferecem recursos razoáveis de trabalho e de moradia a estes trabalhadores (imagine para as pessoas simples que já vivem nestas regiões e dependem do sistema estatal de saúde).

De qualquer forma o resultado será da manutenção dos privilégios das associações médicas. Como consequência, gerar nova escassez de mão de obra em regiões desprovidas de recursos.
Os médicos brasileiros não terão boas propostas de condição de trabalho. A política será alocar médicos militares para substituir os estrangeiros.
Tanto nos governos PT quanto no Bolsonaro tudo é tratado como questão de mão de obra e não de infra-estrutura. Em outras palavras, visar apenas o curto prazo.

Já os cubanos não estarão sob um contrato de trabalho semi-escravo tendo seus direitos renegados pelo estado brasileiro. As relações diplomáticas entre Brasil e Cuba se estreitam e a receita cubana se estreita mais ainda. E esquerdistas relativistas que sempre fizeram vista grossa aos direitos humanos desrespeitados destes trabalhadores estrangeiros buscam argumentos pra sustentar essa política autoritária abjeta. Isso também não dá pra esperar o contrário.

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